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Capitulo 6 – Um Novo Planeta (Parte 6)

Posted in contos with tags , , on Março 12, 2012 by rsemente

As coisas começaram a esquentar em Gliese, então não perca mais uma parte deste conto.

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Os Filhos de Gliese – Capitulo 6: Um Novo Planeta (Parte 6)

Em questão de um minuto cheguei na borda da cratera, a luz enviesada da estrela já tingia a borda, permitindo ver qualquer vulto que chegasse próximo de mim, e isso não demorou.

Logo depois de minha chegada, vi pelos menos quatro criaturas de dois metros de altura, e um corpo esguio, quase achatado verticalmente. Suas bocas eram enormes, quase coladas ao tronco, tinham dentes enormes retorcidos de forma quase incompreensível para mim, e junto com uma cabeça que pareciam ter quatro olhos, dois de cada lado, formavam uma criatura aterrorizante impulsionada por suas quatro fortes patas e uma calda grossa, sempre serpenteando de forma repulsiva.

Elas provavelmente são mais adaptadas que eu a esse planeta, e se correr conseguirão me pegar mais cedo ou mais tarde, só me resta ficar e lutar contras tais criaturas, que não se pareciam nem um pouco civilizadas ou inteligentes para merecer minha compaixão. Com sorte precisarei penas de um golpe para cada uma.

Elas se moviam ao meu redor, se camuflando com a vegetação mais alta, e caminhando quase perpendiculares ao sol, tentando evitar que visse seu corpo esguio lateralmente. Procuravam sempre o lado frontal, cuja silhueta era bastante delgada e poderiam tentar não serem vistos.

Sabiam que eu não era tão indefeso, mas sabiam que podiam me abater. Parecia que teria pouca chance, tinha certeza que poderia abater dois, com sorte três, mas os quatro que estavam ao meu encalço seria bem difícil sair vivo, impossível sair ileso.

Eles continuariam seu movimento, até se aproximarem cada vez mais de mim, se quisesse ficar vivo teria que dar o primeiro passo e o primeiro ataque, e o fiz.

Dei o salto mais forte que conseguiria, em direção a criatura mais próxima que conseguia ver. Com esse movimento percebi que todos agora vinham em minha direção. Alcancei o meu primeiro alvo, e com um só golpe cortei sua corcunda camuflada em formato de folha. Ele se debateu de dor e fugiu.

Um segundo conseguiu me alcançar quase que instantaneamente e pulou em minhas costas e mesmo a resistência de minha roupa construída átomo a átomo não conseguiu resistir, ele rasgou minha roupa com as quatro patas, encravando parcialmente suas garras em seu corpo, mas felizmente a maioria causara arranhões superficiais, apenas um conseguiu cravar um pouco abaixo de minha pele e cortar o músculo, liberando um grande filete de sangue.

CONTINUA…

Capitulo 6 – Um Novo Planeta (Parte 5)

Posted in contos with tags , , on Março 6, 2012 by rsemente

Mais uma parte do conto como prometido.

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Os Filhos de Gliese – Capitulo 6: Um Novo Planeta (Parte 5)

Parei, tentei escutar alguma coisa, imaginava se aquela criatura teria algum tipo de visão no escuro, e se tivesse o quanto eu estava em apuros. Teria que igualar a apostas, deixar o que quer que fosse no mesmo nível que eu.

Fechei os olhos e ativei um dos bastões químicos, jogando-o automaticamente para a direção em que vinha o barulho.

A cena era grotesca, via um amontoado de carne e ossos retorcidos, em um montículo de dois metros de altura, ali havia ocorrido um banquete bestial, e agora eu deveria estar próximo a me tornar a sobremesa.

Puxei a espada, e olhei ao redor, não via nada, mas a luz iluminando os restos do banquete parecia ter ajudado em alguma coisa, começava a ver vultos ao redor da tocha química, vultos que espreitavam para conhecer “o que era aquilo que brilhava em nossa comida“.

Se tinham força para abater um criatura cujo os restos tinha dois metros, penso que a criatura original poderia ter pelo menos uns quatro metros, e que qualquer coisa, ou grupo de coisas teriam força suficiente para me caçar e abater.

Comecei a recuar, cautelosamente, ainda não ouvia nenhum barulho, a não ser o do chiado do bastão queimando como se ele devorasse o próprio ar, em breve ele ia se apagar, e possivelmente com ele eu iria estar mais próximo de desaparecer.

Estava bem mais distante da cena animalesca, mas sabia que estavam me procurando, pareciam saber que alguém, ou alguma coisa deveria ter acendido aquela luz. Sentia também uma movimentação sorrateira por todas as partes, eram pelo menos três criaturas, desconhecidas.

Bastou um passo em faço para que o som abafado de galopes pesados ecoassem em minha direção. Me virei para correr com toda minha velocidade, e assim que me preparava, uma delas já estava na minha frente. Não conseguia a ver, mas sabia que estava lá. Não se era o cheiro ou algo mais, mas sabia que estava lá, e pelo menos outras duas estavam ao meu encalço.

Puxei em um só movimento minha espada, e com o mesmo movimento de saque, cortei qualquer em minha frente. Senti que tinha acertado algo, e logo depois ouvi o som do baque daquela coisa caindo em duas partes no chão. Agora tinha que fugir.

Corri o Maximo que pude, dando passos cada vez mais largos, utilizando toda minha força, dando passos que pareciam saltos mais altos, até que não corria mais, saltava. Não sei se era o costume de viver em ambientes de baixa gravidade, ou se era simplesmente o treinamento em gravidade aumentada, mas aquilo surgiu para mim como se fosse o movimento natural para mim naquele planeta.

CONTINUA…

Capitulo 6 – Um Novo Planeta (Parte 4)

Posted in contos with tags , , on Março 5, 2012 by rsemente

É isso meus amigos, pela primeira vez falhei com vocês e não publiquei este conto na semana passada, por isso hoje e manhã haverão partes do conto novas. Os motivos são muitos: Concurso da Secular Games, Inicio do Ano, Fim do ano letivo na faculdade (greve é foda)… mas depois de quase um ano sem problemas acho que posso falhar uma vez, certo?

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Os Filhos de Gliese – Capitulo 6: Um Novo Planeta (Parte 4)

O relevo também ia se tornando mais acidentado, o efeito da água talhava pequenos riachos congelados, que depois iam se tornando rios, e iam escavando o gelo e o chão abaixo dela. Eram rios sinuosos, provavelmente devido a vegetação perpendicular ao movimento da água, que tendia sempre para a parte mais quente do planeta. Isso porque a parte escura parecia ser um pouco mais elevada que a luminosa, devido ao acumulo de gelo ao longo das eras.

Algumas formações mais elevadas começavam a surgir no horizonte, não chegavam a ser montanhas, mas colinas ou serras. Parece que a quantidade de elementos mais leves do planeta não contribuiu para a formação de uma grande atividade geológica na superfície.

Imagino o quanto mais raro era encontrar metal no planeta, e por isso mesmo dificultando qualquer criação de tecnologia mai avançada. Isso atiçava ainda mais minha curiosidade sobre o sinal que chegou até a terra, sobre os brilhos de luz que vi no espaço, e também sobre os feixes de raios que pareciam forma uma rede de comunicação entre os vários planetas desse sistema estelar.

Começava a escalar uma das colinas que formavam o que parecia uma serra, o que encontraria do outro lado?

A escalada até foi fácil, mas não foi fácil ver o que havia do outro lado. Uma enorme cratera era formada entre algumas colinas, e os rios desciam por elas até formar um lago. Aqui a vegetação era mais escassa, pois era mais escuro, mas podia ver alguns brilhos ao redor dos rios. Não era o que via que me preocupava, mas o que escutava.

Urros macabros ecoavam pela cratera e entre as colinas, era como se estivessem realizando uma matança naquele local. Não conseguia ver exatamente qual a fonte do barulho, nem se de fato era de um ser vivo ou o puro barulho do vento por entre as fendas formadas pelos rios. Mas tinha que descobrir.

Desci cautelosamente a parte interna da colina, tentando ouvir de que lado o som vinha. Segui do jeito que pude, algumas vezes tropeçava em pequenas vegetações, mas o maior problema eram as grandes vegetações, que aqui na cratera mal iluminada cresciam de forma desordenada, algumas quase que deitadas, tentando capturar o Maximo da pouca luz que passava pelas bordas da cratera.

O barulho aumentava a medida que eu me aproximava, dando cada vez mais a impressão de ser um banquete animalesco, e de repente parou, o que quer que seja deve ter me escutado, e agora eu era a presa.

CONTINUA…

Capitulo 6 – Um Novo Planeta (Parte 3)

Posted in contos with tags , , on Fevereiro 20, 2012 by rsemente

Hoje é véspera de carnaval, e a conexão da internet é bem baixa, por isso fica ai o conto, mas sem imagens. Até próxima semana.

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Os Filhos de Gliese – Capitulo 6: Um Novo Planeta (Parte 3)

Fora isso não parecia haver mais nada na região, e sabia que nunca iria anoitecer ou conseguir apagar a iluminação como se apagava a luz de minhas acomodações na nave Fermi. Depois de tudo que passei, precisava dormir. O melhor canto ainda era o interior da nave, que ainda não estava congelado.

Acordei, realmente estava cansado, pois havia dormido muito, não sei quanto tempo, mas não dormi tão bem, tive sonhos estranhos, sonhos alienígenas, era estranho. Pela primeira vez dormi fora da nave Fermi, pela primeira vez dormi em um planeta.

Sai da nave Columbiad, nada parecia ter mudado, não que isso importasse para mim, mas gostava de saber que se quisesse poderia entrar na sala de simulação e viver um pouco como na terra, passando alguns dias sob um céu azul, e o Sol correndo por ele até se esconder, e depois mostrar as estrelas e no outro dia ver o Sol se por. Quando era criança, minha mãe costumava me levar mais para o simulador, mas depois que ela se foi parei mais de ir, era triste não tê-la por perto. Agora sentia falta dela, e falta de poder voltar no simulador.

A nave Columbiad estava ocupada com grande quantidade de equipamentos de exploração, infelizmente poucos eram analógicos e não precisavam de eletricidade, os únicos que funcionariam no planeta. Peguei binóculos normais, uma corda de alguns metros, ganchos, uma ferramenta multi-propósito, alguns bastões luminescentes de emergência, e a espada de mono filamento, é claro. Agora estava pronto para caminhar e explorar o planeta.

 Se quisesse sobreviver teria que ir para partes mais quentes do planeta, e também descobrir se essas plantas púrpuras eram comestíveis ou davam algum fruto. Antes de partir protegi a nave com o pára-quedas, que também poderia ajudar a camuflagem caso algum alienígena hostil surgisse.

Foi assim que comecei minha jornada.

Caminhei por horas, a medida que seguia para a parte mais quente do planeta, as chuvas iam aumentando, esperava apenas que não acontecesse outra geada. Mas pelo menos a água parecia ser potável, não arriscaria antes da água de meu cantil acabar.

CONTINUA…

Capitulo 6 – Um Novo Planeta (Parte 2)

Posted in contos with tags , , on Fevereiro 13, 2012 by rsemente

Hoje consegui enviar mais uma parte a tempo, mas estou com bastante dificuldade em colocar novas imagens.

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Os Filhos de Gliese – Capitulo 6: Um Novo Planeta (Parte 2)

Estava frio, agora que minha armadura era um peso morto, eu estava com uma simples roupa de tripulação da nave Fermi, isolante térmica e capaz de sustentar uma pequena atmosfera isolada, mas bastante flexível e confortável, nada de mais.

Prestei atenção pela primeira vez no ar, era pesado, tinha que fazer mais força para respirar a quantidade que estava acostumado, mas não sentia que precisava, algo me dizia que possuía mais oxigênio que o normal, e que mesmo a menor quantidade de ar faria suprir todas minhas necessidades.

A gravidade também era um pouco maior, quase nada maior, no final apenas isso não me faria cansar nem um pouco, visto que tinha treinado para suportar gravidades bem maiores, até três vezes maior que a da terra. Um humano normal aqui poderia ter mais dificuldades, não poderia carregar muito peso, seria como se levasse consigo uma carga equivalente a dez por cento de seu peso continuamente.

O céu estava coberto por nuvens, que adensavam a medida que se aproximavam de onde estava, a zona congelada do planeta. Na verdade estava na borda dessa zona, em uma parte que um humano agasalhado poderia sobreviver algumas horas antes de necessitar de abrigo e aquecimento.

O local era uma planície com uma espécie de vegetal púrpura, com nervuras negras comprovavam que era algo biológico. Toquei o solo para sentir sua composição, e após cavar uma leve camada de neve e gelo, parecia com a mesma terra utilizada no jardim da nave Fermi, sendo que um pouco mais fina e clara.

As plantas púrpuras tinham formato de folhas, com a espessura tão fina quanto um dedo mindinho, sendo que saiam diretamente do chão, não tinham caule, e eram enormes para uma folha. Aqui a maioria tinha tamanho pequeno de mais ou menos um metro, mas avistava outras maiores, sendo que em bem menor quantidade.

Apesar de sua frágil aparência alienígena, sua estrutura era ainda mais alienígena, apresentando uma superfície queratinosa com resistência quase sobrenatural para uma planta tão fina, pois era capaz de fazer uma boa força, dobrando-as em grandes arcos e só depois de começar a torcê-los pude começar a quebrar-las.

A vegetação era disposta em um estranho formato, com todas as plantas viradas com a superfície em direção a estrela, e nenhuma ficava completamente a sombra da outra, formando um espaçamento completamente alienígena, não parecia em nada a vegetação da terra que conhecia em fotos ou no jardim da nave Fermi.

CONTINUA…

Capitulo 6 – Um Novo Planeta (Parte 1)

Posted in contos with tags , , on Fevereiro 7, 2012 by rsemente

Com um dia de atraso sai o início do novo capitulo dessa saga. Infelizmente não dará para colocar uma imagem agora, mas depois coloco. Aproveitem e vejam também o PDF do capitulo 4.

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Os Filhos de Gliese – Capitulo 6: Um Novo Planeta (Parte 1)

“Assim como na terra, quase tudo que está lá fora irá tentar te matar, por isso estejam preparados para matarem eles antes que eles matem vocês, e não hesitem nem um segundo, pois eles não hesitarão!”

Coronel Xin Tsu, no Guia da Exploração Espacial da NUN.

A nave estava seriamente danificada, o bico encurvado para baixo, utilizado principalmente para sobreviver a reentrada, agora estava completamente arruinado, mas não era extremamente necessário para uma decolagem. Uma das azas havia se partido, mas ainda se encontrava enganchada na nave. Analisei um pouco mais para identificar qualquer vazamento de He-3 e H-2, felizmente nenhum havia vazado.

Os propulsores principais de decolagem e vôo atmosférico e propulsor nuclear de pós-empuxo, os dois geradores, onde no primeiro é realizada a fusão D-He3, que alimenta a fusão He3-He3 no segundo gerador, estavam praticamente intactos, a nave realmente foi bem construída para resistir a pousos forçados sem danificar a estrutura de seus sistemas mais sensíveis. Teria ainda que reconstruir todo o trem de pouso e o sistema de controle de vôo atmosférico, e com certeza voar em um traje para me protegesse dos perigos do vácuo caso quisesse retornar ao espaço, sem contar os componentes elétricos que talvez tenham sido queimados pelos campos eletromagnéticos do planeta.

Teria ainda que contornar os efeitos do maldito campo magnético da nave, e esse parecia o principal problema, pois o curto período de tempo entre um e outro impediria qualquer reparo e decolagem sejam feitos antes de que a próxima anomalia aconteça.

 Estava tenso, precisava relaxar, esquecer sobre o problema da nave e de como sair do planeta, e sim comemorar que estava vivo, e que poderia haver sobreviventes da nave Drake no planeta, probabilidade bem mais agradável do que passar mais 20 anos viajando para um planeta onde não tenho lugar. Quem sabe outra missão esteja a caminho nesse exato momento, e eles consigam evitar os problemas que as duas naves tiveram.

CONTINUA…

Capitulo 5 – Aterrissagem Forçada (Parte Final)

Posted in contos with tags , , on Janeiro 31, 2012 by rsemente

Estamos entrando em uma nova faze do blog, na verdade retornando a um antiga faze do blog. A partir de amanhã haverão diversas surpresase infelizmente por isso (e por muito trabalho, e um pouco de esquiecimento de minha parte) não colocarei hoje o download do capitulo 4 completo, isso deve ficar para a proxima semana, junto com o inicio do capitulo 6. Então aguardem por amanhã.

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Um grande estrondo se fez, seguido por outros menores, estava no chão, a nave ainda se arrastava tropelosamente, a velocidade ainda era enorme, e tinha que impedir que se destruísse totalmente, tinha que abrir o pára-quedas de freio para reduzir a velocidade. Mas agora será que abriria? Não tinha mais tempo para pensar, puxei a alavanca e torci para funcionar.

Os Filhos de Gliese – Capitulo 5: Aterrissagem Forçada (Parte Final)

Felizmente o pára-quedas se abriu, freando a nave repentinamente e a virando de lado e inclinando, aumentando assim o arrasto com o chão, senti uma das azas se partir, mas felizmente a nave tinha parado completamente.
Ainda estava vivo, e a nave não parecia ter se explodido ao impacto, talvez alguns danos estruturais graves, mas espero que não tenha sofrido nenhum irreversível.
Olhei pelo vidro manchado em minha frente, conseguia ver um pouco da paisagem, mas queria ver mais. Levantei da poltrona, senti o peso do traje inerte atrapalhando os movimentos. Retirei-o com bastante esforço, praticamente o desmontando.
Olhei para o ultimo instrumento da nave que funcionava mesmo sem energia, um bio-sensor detector de atmosfera respirável.  O método de funcionamento não era ortodoxo, uma colônia de microorganismos vivos era mantida em uma capsula, com atmosfera terrestre e isolada, após ativada, uma válvula permitia que o gás do exterior entrasse na capsula, e caso a atmosfera não fosse respirável os microorganismos morreriam e mudariam de cor. Será que era outra criação de minha mãe?
Ativei o instrumento, um barulho soou quando o ar entrou na câmera, indicando que a atmosfera não era tão mais pressurizada. Esperei pelo menos uma hora para ter certeza, a cor não mudara. A atmosfera deveria possuir oxigênio em quantidade adequada para um ser humano, e sem nenhum componente tóxico para a vida, poderia sair sem problemas.
Abri a porta manualmente, e respirei pela primeira vez o ar de um planeta na vida, ele era pesado, bem mais pesado que o da nave e mais pesado que nas câmaras de testes barométricas que simulavam atmosfera da terra e de outros ambientes de teste, mesmo assim parecia que a principio iria desmaiar devido a asfixia, então me concentrei em apenas respirar, me acalmando e pensando que apesar de uma pressão atmosférica maior a quantidade de oxigênio deveria ser bem menor que o padrão.
Após quase quinze minutos me acostumando a nova condição dentro da nave, desci e pus os pés no planeta, olhei ao meu redor e vi o rastro de destruição e o estrago feito pela queda. Sentia em minha pele um estranho formigamento, e logo percebi que toda a nave continuava energizada pelo campo magnético pulsante do planeta e eu mesmo estava eletrizado.
Mas estava vivo, em um mundo estranho, mas completamente sozinho, e sem nem um computador para ouvir e conversar

CONTINUA…

Capitulo 5 – Aterrissagem Forçada (Parte 4)

Posted in contos with tags , , on Janeiro 23, 2012 by rsemente

Hoje publicamos mais uma parte desse grande conto a tempo! Sem mais delongas, boa leitura!

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Mas já era tarde demais, uma grande nuvem estava no meu caminho, mas percebi uma perigosa mancha em baixo da mesma até o chão. Deveria ser alguma precipitação atmosférica, deveria ser uma chuva.
Preferi arriscar e entrar na chuva, do que entrar na nuvem, na verdade não tinha nenhuma idéia de como a nave comportaria, mas tinha que escolher uma das duas.

Os Filhos de Gliese – Capitulo 5: Aterrissagem Forçada (Parte 4)

No inicio nada, apenas a sombra da nuvem na nave, mas logo percebi um impacto no pára-brisa da nave, era água, mas congelada, pequenas pedras de gelo começavam a atingir a fuselagem da Columbiad.
Com os impactos do gelo a velocidade caia vertiginosamente, a altitude idem, não tinha mais nenhuma solução para o problema, e começava a me preparar para um pouso forçado. Tentei ver qualquer local mais plano para o pouso, mas a luminosidade era quase nula.
Levantei o bico da nave, e puxei o trem de pouso manual, a alavanca não respondia aos meus comandos, estava travada por alguma coisa, apliquei toda a força que pude e nada. Era possível que a temperatura baixa da região tenha congelado a parte inferior da nave, impedindo a abertura da porta. A sorte não estava mais do meu lado.
Tentei segurar o máximo a nave, impedindo que a altitude caísse vertiginosamente, e diminuindo a velocidade lentamente, esperava conseguir observar um local apropriado antes da queda definitiva.
O céu se abriu um pouco mais a luz da estrela brilhava em minha frente em uma estranha tonalidade refratada pela atmosfera. Agora podia ver a geografia em mais detalhes, e percebi um enorme plano coberto por estranhas estruturas púrpuras alinhadas todas em uma mesma direção. Seria a vegetação predominante desse planeta?
Mesmo com as estranhas estruturas elas não deveriam ser rígidas a ponto de destruir a nave, talvez até ajudassem no pouso. Preparei, puxei a alavanca do flap e levantei um pouco o bico da nave, isso foi reduzindo a velocidade a medida que se aproximava do solo.
Comecei a sentir varias pacandas consecutivas no casco, deveriam ser o contato com das estruturas mais elevadas, o que indicava que eram menos macias do que pensei. Era a hora do impacto. Prendi os controles e deixei que a nave caísse por si mesma.
“Crash!”
Um grande estrondo se fez, seguido por outros menores, estava no chão, a nave ainda se arrastava tropelosamente, a velocidade ainda era enorme, e tinha que impedir que se destruísse totalmente, tinha que abrir o pára-quedas de freio para reduzir a velocidade. Mas agora será que abriria? Não tinha mais tempo para pensar, puxei a alavanca e torci para funcionar.

CONTINUA…

Capitulo 5 – Aterrissagem Forçada (Parte 3)

Posted in contos with tags , , on Janeiro 16, 2012 by rsemente

Finalmente, primeiro post do ano. É pessoal, depois das festas, veio uma viagem de trabalho e por isso apenas hoje pude estar aqui com vocês. Mas tudo está indo muit bem, e espeoro conseguir realizar mais um plano para ser executado em fevereiro.

Feliz 2012 e boa leitura.

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Suas nuvens rápidas faziam minha mente fervilhar, eram como se estivessem vivas, alongadas, formando prismas que espalhava durante seu longo percurso uma miríades de tonalidades no céu e no relevo, onde um pesado oceano fervilhava no distante horizonte.

Os Filhos de Gliese – Capitulo 5: Aterrissagem Forçada (Parte 3)

Nunca tinha visto nada tão grande e extenso assim. O espaço era enorme, amplo e dava uma sensação de liberdade, mas era como um vazio, sem profundidade e sem calor, no espaço nada era mais acolhedor que o chão da nave, e o horizonte, mesmo gigantesco e opressor, e apenas como uma visão da superfície sólida do planeta já me fez um sentimento de acolhimento, apesar de naquele momento achar que estaria preso em apenas duas dimensões.
Deixei de devaneios, e percebi que tinha conseguido estabilizar em uma rota mais segura para voltar a cair cada vez mais próximo da zona terminal, onde teria certeza de sobreviver ao clima do planeta com o céu iluminado por uma perpetua imutabilidade na posição da estrela e sua luz vermelha.
A atmosfera parecia um pouco mais densa do que a atmosfera simulada no interior da nave Fermi, que imitava a da Terra, isso ajudaria a nave se sustentar melhor. Mesmo assim a velocidade caia perigosamente, o ar mais denso causava ainda mais atrito, e tinha que fazer algo para impedir isso.
O ultimo recurso era ativar um foguete químico, acionado manualmente, ele só queimaria por alguns minutos, mas teria que ser suficiente para adquirir força para voar um pouco mais para não cair diretamente no gelo, causando um impacto com força suficiente para destruição completa da nave.
Esperei um pouco para a nave atingir a velocidade mínima de flutuação e ativei o foguete. Nunca pensei que precisaria ativá-lo, e nunca tinha feito em simulador sob estas circunstancias, apenas em situações padrões como decolagens e aceleração extra. Senti a força dele sendo ativado, empurrando a nave em pelo menos 3Gs.


Mas deu certo, depois da aceleração inicial, a nave agora acelerava mais devagar, e depois continuou mantendo uma velocidade que me permitia baixa-lá até uma altitude segura para o pouso, e mais ainda, até uma zona com temperatura menos petrificante.
Baixei a altitude com bastante calma até alguns poucos quilômetros de altitude, o horizonte mostrava-se cada vez maior, mas o terreno se mostrava cada vez mais acidentado, tinha que pousar antes que se tornasse inadequado para o pouso.
Algumas nuvens também ameaçavam as manobras, caso uma delas estivesse no caminho poderia reduzir perigosamente minha velocidade e derrubar a nave.
Mas já era tarde demais, uma grande nuvem estava no meu caminho, mas percebi uma perigosa mancha em baixo da mesma até o chão. Deveria ser alguma precipitação atmosférica, deveria ser uma chuva.
Preferi arriscar e entrar na chuva, do que entrar na nuvem, na verdade não tinha nenhuma idéia de como a nave comportaria, mas tinha que escolher uma das duas.

CONTINUA…

Capitulo 5 – Aterrissagem Forçada (Parte 2)

Posted in contos with tags , , on Dezembro 26, 2011 by rsemente

E depois de um grande Natal, nos veremos agora só no proximo ano, então um feliz ano novo a todos e que no proximo ano o Blog volte com força total!!!

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A velocidade subia vertiginosamente, não possuía muitos instrumentos para me guiar, se não alguns giroscópios e acelerômetros mecânicos. Agradeço pelo engenheiro que teve a prudência de mantê-los em uma nave tão moderna.

Fiz ajustes para deixar os ângulos mais certos possíveis na reentrada, dentro do possível. Meu objetivo não era mais manter a nave intacta, mas apenas sobreviver.

Os Filhos de Gliese – Capitulo 5: Aterrissagem Forçada (Parte 1

Eu comecei a sentir o calor da reentrada, novamente outra sensação que nunca tinha sentido com tanta intensidade. Os controles não queriam obedecer meus comandos, mas consegui controlá-los com pulso forte, esperava que eles pelo menos não se partissem com tanta tensão.

O céu começou a escurecer, estava caindo para o lado da zona escura do planeta, o que me preocupava, pois se não morresse da queda poderia morrer congelado pelo frio. Pelo menos isso poderia me fornecer boas condições atmosféricas e planícies de gelo para um pouso mais suave.

Então comecei a sentir a nave desacelerar, o calor começou a invadir a nave, mas a tendência seria se dissipar na atmosfera, parecia que tinha conseguido passar pela parte mais difícil do pouso.

Tentei ajustar a posição da nave, com os flaps e amortecedores de ar, para que a aerodinâmica de suas asas criasse a sustentação necessária para um pouso mais suave. Não sabia ao certo se a nave se comportaria bem como um planador, mas com a velocidade ainda um pouco alta tinha uma chance.

Aos poucos a nave foi se resfriando, e poderia manobrar com mais cuidado, sem a dilatação dos cabos, e sem medo de algum se partir devido a força e calor da reentrada.

Não podia continuar na rota que estava seguindo, adentrado cada vez mais a zona escura do planeta, e tinha que fazê-lo antes que os próprios controles fossem congelados com o frio que iria afligir toda a estrutura da nave.

Puxei um dos flaps em uma direção mais que o outro, a nave se inclinou levemente, e com esse movimento consegui ver pela primeira vez a parte da superfície do planeta, um horizonte vastamente preenchido por uma faixa iluminada e fantasmagórica, que ia do laranja escuro passando por um vermelho escuro até um hipnotizante púrpura.

Suas nuvens rápidas faziam minha mente fervilhar, eram como se estivessem vivas, alongadas, formando prismas que espalhava durante seu longo percurso uma miríades de tonalidades no céu e no relevo, onde um pesado oceano fervilhava no distante horizonte.

CONTINUA…

Capitulo 5 – Aterrissagem Forçada (Parte 1)

Posted in contos with tags , , on Dezembro 19, 2011 by rsemente

Bom dia pacientes e queridos leitores dos pergaminhos dourados, hoje inicia-se mais um capitulo dessa história, e garanto que daqui para frente as coisas vão mudar, quase que como esse fosse o fim do Livro 1.

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Os Filhos de Gliese – Capitulo 5: Aterrissagem Forçada (Parte 1)

“Este é um pequeno passo para um homem, um salto gigante para a humanidade”

Neil Armstrong, 20 de julho de 1969.

De onde estava pude ver alguns pontos interessantes: A nave Drake ainda tomava boa parte da visão, mas ia diminuindo a cada segundo, o Planeta Gliese 581g estava bem abaixo de mim, mas era tão grande que conseguia ver seu horizonte na parte de baixo da janela. A pequena estrela brilhava em um vermelho forte, e seu brilho ainda me impressionava, muito maior do que qualquer coisa que tinha visto anteriormente, imaginei por breves instantes como seria o Sol, com sua luz dez vezes mais potente.

Podia observar também o distante ponto que era a nave Fermi, minha casa, meu lar, agora estava praticamente inalcançável, e dificilmente a veria novamente. Outros pontos eram perceptíveis, como outros planetas gigantes, que brilhavam de formas magníficas como estrelas.

Concentrei-me para realizar pequenos ajustes na posição da nave para poder pousar em segurança, para que não morresse carbonizado em uma reentrada inadequada, ou esmagado em uma aterrissagem mal sucedida.

Liberei os compartimentos selados dos controles manuais analógicos, prontos para serem puxados. Alguns controlavam através de pequenos diafragmas mecânicos, conseguiam abrir e fechar válvulas de gás que permitem a nave corrigir sua trajetória no espaço, outros controles conseguiam mover diretamente alguns flaps e amortecedores de ar da nave a única medida que possuía para controlar a nave durante a reentrada.

A velocidade subia vertiginosamente, não possuía muitos instrumentos para me guiar, se não alguns giroscópios e acelerômetros mecânicos. Agradeço pelo engenheiro que teve a prudência de mantê-los em uma nave tão moderna.

Fiz ajustes para deixar os ângulos mais certos possíveis na reentrada, dentro do possível. Meu objetivo não era mais manter a nave intacta, mas apenas sobreviver.

CONTINUA…

Capitulo 4 – Um Pequeno Sol (Parte Final)

Posted in contos with tags , , on Dezembro 12, 2011 by rsemente

Chegamos no final de mais um capitulo!!! E com isso vejam na integra um PDF com todo capitulo 3 (para quem não lê parte por parte essa é a melhor opção). Para quem já leu o capitulo 3 aqui no blog ele foi alterado em vários lugares. Então boa leitura a todos.

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– Computador, quanto tempo durará a descarga?

“Descarga durará por tempo indeterminado, dados insuficientes, desligamento do sistema em 30 minutos antes de detectar encerramento dos efeitos eletromagnéticos”

Os Filhos de Gliese – Capitulo 4: Uma Nave Abandonada (Parte Final)

Parecia que não tinha tempo de fugir, mas desistir sem tentar é apenas desistir, então tive que correr com toda minhas forças e tentar chegar na Columbiad, e talvez consigir fugir da ação desse pulso eletromagnético.

Passei de novo pelas exóticas plantas espaciais, percorri os corredores em micro-gravidade, passei pela entrada da nave e ativei o sistema de proteção contra radiação da Comlumbiad, que é praticamente o desligamento de todos os circuitos, para impedir descargas que causem curto circuito. Ainda tinha um pouco de tempo e com ele soldei a porta que arrombei no casco da Drake, corri para a cabine de pilotagem da Columbiad, e quando sentei, senti a descarga eletromagnética e quando olhei para a janela vi uma miríade de luzes partindo da ionização de poeira espacial pelo campo magnético do planeta.

Os efeitos diretamente em meu corpo foram quase nulos, principalmente por estar dentro da blindagem, mas logo de cara toda a energia da blindagem acabou, junto com a energia do maçarico elétrico para impedir que a nave Drake sofra descompressão, e percebo que alguns sistemas da Comlumbiad foram seriamente afetados, e era provável que ela não conseguisse mais reativar seus sistemas eletrônicos sem reparos adequados.

Nesse momento tive que pilotar a nave usando os sistemas de controle mecânicos, e precisei chegar a Fermi antes que o suprimento de ar acabe. Desci até a passagem da nave, e inicio a desconexão da nave Drake de forma manual, quando desconectei a Columbiad, sinti que algo saiu errado, algum gás se encontrava pressurizado no espaço entre as naves ou algo ainda pior pode ter acontecido, eu posso ter soldado de forma errada, e alguma brecha podia ter lançado um jato de ar na Columbiad.

Em todo o caso a nave foi empurrada e estava em constante e descontrolado movimento. Rezei para que não tivesse sido jogado em direção a Gliese 581g, a ponto de ser capturado pela gravidade do planeta.

Retornei para a cabine para descobrir o pior, estava sim entrando no campo gravitacional do planeta, e com os sistemas desligados não tinha como ativar o motor para fugir da reentrada.

CONTINUA…

Capitulo 4 – Um Pequeno Sol (Parte 10)

Posted in contos with tags , , on Dezembro 5, 2011 by rsemente

Chegando na reta final do dia, mais uma parte desse conto de ficção científica. Boa leitura!

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O computador ativa uma mensagem de segurança, percebendo sua desconexão com o resto da nave. Tento o comando de voz para ver se está ativado.

– Computador, qual a ultima leitura de vida abordo?

Os Filhos de Gliese – Capitulo 4: Uma Nave Abandonada (Parte 10)

“Ultima leitura realizada em um milhão, e sessenta e sete mil e noventa e sete dias terrestres. Contava com uma tripulação abordo de 231 pessoas abordo, antes do sistema de vida cessar a comunicação”

– Computador repta de novo a quanto tempo está desativado?

“O clock de contagem de desligamento do sistema indica tempo decorrido de um milhão, e sessenta e oito mil, e cinco dias terrestres sem ativação do sistema.”

– Computador, checar por falhas no sistema de contagem de tempo – o tempo era enorme, muito mais tempo do que realmente a nave tinha passado, será que o buraco de minhoca artificial gerou algum tipo de prisão temporal, algo inverso ao efeito de dilatação do tempo, e os prenderam por tanto tempo?

“Falha não detectada”

– Computador, pode ativar o sistema de inteligência artificial Drake?

“Impossível, fonte de energia escassa”

– Quais os últimos reportes de missão após a chegada no destino?

“Missão bem sucedida, destino alcançado. Reiniciando pane geral após passagem na singularidade. Sistema reiniciado com sucesso em 1 hora. Detecção de radiação eletromagnética em 3 horas e 14 minutos após re-inicialização. Segunda pane geral inicializada, sistemas não operantes. Desligamento do sistema de emergência em 2 horas.”

– Computador, qual a fonte da radiação eletromagnética?

“Interação de campo eletromagnética pulsante de alta freqüência e baixo alcance, a cada 4 horas.”

– Computador, quando deverá ocorrer o próximo evento?

“Próximo evento em 17 minutos.”

Nesse momento percebi em que estava me metendo. Como não fui capaz de perceber isso? Será que o campo magnético padrão do planeta realmente conseguiu ofuscar a pequena variação de alta freqüência? O planeta era uma verdadeira bomba eletromagnética e eu não percebi!

– Computador, quanto tempo durará a descarga?

“Descarga durará por tempo indeterminado, dados insuficientes, desligamento do sistema em 30 minutos antes de detectar encerramento dos efeitos eletromagnéticos”

CONTINUA…

Capitulo 4 – Um Pequeno Sol (Parte 9)

Posted in contos with tags , , on Novembro 30, 2011 by rsemente

Infelizmente atrasei mais uma vez, mas como tive que viajar na segunda e ontem ainda estava cançado não deu. Desculpem-me e tenham uma boa leitura!

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Continuei minha investigação, agora só faltava mais uma porta para chegar no centro da nave. O que poderia ter atrás dela?

Os Filhos de Gliese – Capitulo 4: Uma Nave Abandonada (Parte 9)

Quando a abri a resposta foi mais do que impressionante. Uma enorme floresta formada por estranhas plantas crescia de forma desordenada por toda a esfera, crescendo em todas as direções e uma sobre a outra, absorvendo luz da estrela pelas poucas janelas da esfera.

Quanto tempo elas levaram para ocupar toda a área interna da esfera? As plantas deviam formar um ecossistema relativamente sustentável e habitável, se não fosse a extrema diferença de temperatura espacial. Será que elas eram umas das criações de minha mãe?

Felizmente um mapa de toda a esfera indicava para onde deveria seguir para encontrar a central de comando. Comecei a abrir caminho por entre a exótica vegetação, que quase tornavam impossível a passagem até meu objetivo, se não fosse a armadura demoraria horas para chegar em algum canto.

Arranquei vinhas por vinhas da teia de planta formada entre as passagens, rasgando suas raízes de superfícies enferrujadas pela ação do vegetal. Parecia haver, não décadas, mas séculos de deterioração aqui, sob a ação dessas plantas.

Minhas esperanças eram de alguém ter sobrevivido com essa vegetação, mas não encontro nenhum sinal de ocupação

Finalmente, com a ajuda de minha espada de mono filamento, cheguei ao prédio de controle central. Um prédio situado na base de uma das colunas radias da esfera, que sustentam em seu topo, o centro da esfera, um gerador de fusão que iluminava toda a esfera.

O prédio se encontrava bem conservado, o ambiente fechado impedira o crescimento das plantas em seu interior. Avançei sem problemas, e chegando na sala de controle.

Aquele ambiente parecia intocável, cadeiras vazias, telas de computadores sem nenhum arranhão, o projetor holográfico no centro estava desligado, mas imagino que poderia ligar se tivesse alguma fonte de energia.

Tentei acessar algum dos sistemas, conectando a força na armadura no computador principal.

– Eureca! – gritei entusiasmado com o que aconteceu, o sistema começou a se reiniciar, não imaginei que a sala toda fosse estar intacta, ela toda era como uma grande caixa preta.

“Sistema de emergência reativado”

O computador ativou uma mensagem de segurança, percebendo sua desconexão com o resto da nave. Tentei usar o comando de voz para ver se está ativado.

– Computador, qual a ultima leitura de vida abordo?

CONTINUA…

Capitulo 4 – Um Pequeno Sol (Parte 8)

Posted in contos with tags , , on Novembro 24, 2011 by rsemente

Antes de qualquer coisa: Desculpem-me! dessa vez o atrazo foi bem grande, mas isso se deve a dois fatores: aqui em natal foi feriado na segunda feira e voltei a dar aulas na quarta, então fiquei sobrecarregado. Mas como sempre o velho ditado diz: antes tarde do que nuca, aqui vai mais uma parte desse conto de ficção cinetífica.

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Os corredores estavam escuros, não consegui ver nenhum sinal de vida, e sentia na pele que ali realmente não parecia haver nada vivo. Será que alguma das criações de minha mãe poderia estar viva, mesmo com o ar congelado? Meus sentidos diziam que não, mas sabia que não podia descartar nenhuma possibilidade. Conectei a energia do traje com a iluminação do corredor e acendi, o que vi era uma claustrofobico e bagunçado corredor.

Os Filhos de Gliese – Capitulo 4: Uma Nave Abandonada (Parte 8

Com as luzes do meu traje prossegui, seguindo em direção a esfera habitacional, se algo estava vivo seria lá, e também lá deveria possuir uma estação de controle onde poderia retirar minhas dúvidas.

Antes de chegar no centro da nave todas as portas se encontravam fechadas, não parecia haver nenhum mantimento abordo, computadores não ligavam. Analisei alguns circuitos para tentar acessar algum dado, capacitores estavam estourados, e circuitos de acoplamento magnéticos queimados. A única pista que teria seria em algum computador completamente selado contra radiação, a caixa preta da nave.

No percurso encontrei uma sala que me chamou a atenção, era a sala de Criogenia. Será que alguém poderia ainda estar congelado aqui? Será que ainda estariam em conservação? A final a temperatura e o uso de nano tecnologia poderiam mantê-los em um estado criogênico por décadas, séculos ou até milênios.

A utilização dessas câmeras provavelmente seria uma forma de manter alguém vivo caso a viagem demorasse mais tempo do que o esperado. Talvez fosse para manter algum tipo de animal, da terra, ou capturado pela missão.

Quando entrei na sala, vi vários contêineres de criogenia, não chegam a ser centenas, mas algumas dezenas. Aproximei-me para ver o que encerra dentro de cada um, e para minha surpresa eram humanos. Provavelmente não era a tripulação original, afinal na sala tem muito menos homens que a tripulação.

Parece que o sistema os armazenou bem, não era possível identificar os sinais vitais, mas a sala permanecia em uma temperatura baixa o suficiente para mantê-los “vivos”, e pela aparência as nano-máquinas ainda faziam seu trabalho de manutenção e armazenamento de informação. Provavelmente a natureza molecular das mesmas não foi afetada pelos pulsos eletromagnéticos.

Infelizmente não possuía recursos no momento para descongelar nenhum dos homens, e possivelmente o computador de controle de descongelamento esteja queimado. Na volta poderia levar um dos corpos e descongelá-lo, pois a Fermi tinha os recursos necessários.

Continuei minha investigação, agora só faltava mais uma porta para chegar no centro da nave. O que poderia ter atrás dela?

CONTINUA…