“Estávamos em uma das velhas guerras de território. Nós vampiros precisamos de grandes áreas para caçar, sem matarmos todas nossas vítimas. Os lobisomens não suportam a existência de qualquer outra criatura em seu território, principalmente nas luas cheias. Quando as criaturas cruzam o caminho apenas uma coisa acontece; Massacre.
Naquela noite tinha acabado de passar em uma boate e alimentar do sangue de um mortal, deixei-o vivo, parecia apenas embriagado. Foi quando ouvi pela primeira vez o uivo do maldito lobisomem. A maioria dos humanos pensaria ser algum cachorro, mas instintivamente sabemos a fonte animalesca de tal urro.
A maioria dos lobisomens que vivem nas cidades é nômade, sempre fugindo do horror que podem cometer nas noites de lua cheia. Nas poucas florestas selvagens do mundo eles formam matilhas, o que os tornam extremamente perigosos. Mas na cidade é sempre pior. Eles se acham os donos dos territórios que pretende ficar apenas uns meses, ameaçando qualquer um que entre ou já esteja nele.
Passei dias semanas me escondendo daquela criatura. Esperando que ela desistisse da caçada, uma diversão sádica e instintiva de sua espécie.
Em uma certa noite senti algo como um frio pela espinha, e que tudo mudaria, e mudou.
Foi quando o vi pela primeira vez, um homem alto e negro, com a cabeça raspada, andando com sua moto tranquilamente entre os carros de um engarrafamento na noite. Estava cansada de fugir, também não sabia se conseguiria mais, mas uma noite sem me alimentar apropriadamente me deixaria fraca demais para tentar lutar contra o monstro. Fui a um bar isolado e lá esperei. Ele ficou a alguns quarteirões esperando, sabia que tinha parado de fugir, e esperava para ver se não era uma armadinha.”
Continua…
Continuaremos com mais uma parte sobre o Mundo da Morte, onde o apocalipse zumbi chega ao mundo sobrenatural. Dessa vez contaremos a história do mundo.
Antes do Fim
O sobrenatural sempre existiu, e isso sempre foi segredo ou tratado como lendas. Bruxas foram caçadas pela inquisição, demônios dominavam o corpo e mente de pobres mortais, vampiros espreitavam na escuridão em busca de mais uma gota de sangue, e lobisomens caçavam as almas perdidas em florestas sombrias e isoladas (ou o que restava delas).
A raridade de cada um deles no mundo dos humanos era mantida através de constantes brigas entre as várias criaturas sobrenaturais quando tinham seus caminhos cruzados, e as ordens secretas de humanos caçadores do mal (algumas mais secretas do que as outras). Eventualmente o próprio céu mandava seus anjos para ajudar em uma guerra sombria, travada em busca, não da vida dos mortais, mas pelas suas almas.
Mas eventualmente um dia o fim chegaria.
Histórias do Passado Recente
“A televisão do bar estava ligada, foi quando vi a primeira notícia sobre o início do fim.
Os noticiários de emergência apresentavam que uma suposta bomba atômica tinha caído e atingido vários países da Ásia. Aquilo não me assustou. O que me assustou foi saber que aquela sensação ruim era diretamente ligada aquele fato, e que aquilo não era apenas uma bomba atômica, mas um prenúncio da destruição que estava por vir.
Parecia que o lobisomem sentiu a mesma coisa que senti, e desistiu da caçada por aquela noite. Voltei a fugir dele, mas não conseguia escapar das notícias relacionadas aquele acidente.
Logo a população humana estava histérica, com medo de uma guerra mundial. Aumento da criminalidade, saques, caos. Nós também ficamos histéricos.
Precisávamos caçar, e o isolamento da população reduziu os locais de caça, a fome apertava e tínhamos que ser mais audaciosos, a própria destruição dos humanos abria um novo campo para agirmos mais abertamente sem sermos notados. Quem ligaria para se um dos assaltantes aparece-se morto no fogo causado por eles?
A euforia tomou conta de todos, acabei por me esquecer do lobisomem, mas este não esqueceu de mim.
Pouco tempo depois ele foi ao meu encalço, e a batalha iria começar.
Pela primeira vez em 80 anos vi um lobisomem de verdade, tudo que sabia era o que me contavam nas raras reuniões de vampiros. Ele parou com a moto enquanto me alimentava em um bairro afastado da cidade, a vitima era um delinqüente que achou que eu seria sua vítima. Mandei-o embora, disse que havia espaço para todos. Ele não me ouviu.
Saiu da moto e logo começou a se contorcer de dor, suas roupas rasgavam, e garras começavam a cortar a própria pele, ao qual surgia pelos de lobo. Era a minha chance de atacar.
Mas me enganei, ele me atacou mesmo com dor, voei em direção ao muro de um prédio e atravessei-o, só pude ouvir o uivo final de sua transformação.
Nesse momento já haviam telespectadores, mas pouco nos importamos, a batalha foi sangrenta, usei todas as armas que tinha: velocidade, um pouco de força (nada comparado a dele), e algumas armas que sempre andavam preparadas.
Mas logo percebi que era meu fim, até que algo de novo aconteceu.
O chão estremeceu, um brilho intenso crescia no centro da cidade, logo entulhos voaram por toda parte. A radiação que se seguiu foi tão intensa que queimou a nós dois. Felizmente vampiros não estão vivos para morrer de radiação. As queimaduras apesar de doerem no momento que eram feitas e destruírem parte de nosso corpo não são fatais se não forem instantaneamente fatais para um humano.
Ao contrario do lobisomem, que tinha seus pelos queimados, e suas queimaduras pareciam se cicatrizar rapidamente, mas de maneira anormal. Com a batalha interrompida fui buscar um abrigo para sobreviver ao sol daquele dia, com minha aparência não podia ser vista por ninguém. Foi quando o lobisomem me chamou, pedia que eu o ajudasse, e algo dentro de mim mudou.
Aquela criatura que antes quase me matara agora estava sendo socorrida por mim.”
Continua...
OBS: Os textos normais são os acontecimentos do ponto de vista mortal, e o texto recuado é sobre o ponto de vista do sobrenatural (criaturas e ocultistas).
No chamado Dia do Inicio do Fim alguma coisa aconteceu que causou a destruição de todo um território da Ásia, provavelmente uma bomba nuclear, poucas das pessoas que viram sobreviveram, e das que sobreviveram poucas ainda estão vivas.
As criaturas sobrenaturais perceberam que o dia estava próximo, e uma agenda de terror foi iniciada por eles. As ordens secretas interpretaram o evento como sendo o Sexto selo do apocalipse e se prepararam para o pior.
Os governos mundiais se organizaram, e no que acharam ter iniciado uma guerra nuclear, se armaram e foram para a guerra, o que culminou apenas no Inicio do Fim.
As ordens secretas e criaturas sobrenaturais começavam a se organizar para tirar vantagem da situação. Vampiros criavam enormes rebanhos de humanos, lobisomens formavam grandes matilhas, caçadores de bruxas eram treinados nos quaro cantos do mundo, rituais santos e profanos eram realizados dos dois lados, conjurando anjos e demônios. Com os nervos a flor da pele a primeira guerra sobrenatural começou, o que serviu de estopim para …
Uma guerra nuclear ocorreu em todo mundo. Apesar de que as primeiras levas pareceram terem sidas destruídas sobrevoando o oceano, relatos imprecisos de guerrilhas e eventos sobrenaturais varriam o mundo. Mas em apenas sete dias um inverno nuclear começou.
A guerra nuclear foi estranha e rápida, guerras sobrenaturais entre ocultista ou criaturas sombrias ocorreram por todo o mundo, mas no sétimo dia, antes que muito sangue fosse derramado, um inverno nuclear cobriu a terra.
Os grandes centros foram onde ocorreram as principais tragédias, causando confusão e mortes em massa. A maior parte dos sobreviventes se encontrava em locais distantes dos grandes centros, com acesso a poucas informações desencontradas vindo da destruição que ocorria nas grandes cidades.
Uma guerra sobrenatural teve inicio, vampiros estavam livres para sair ao dia, humanos estavam confusos e serviram de presas para os lobisomens, mas antes que qualquer um tirasse proveito da situação o pior aconteceu…
No chamado Dia dos Mortos, os mortos votaram a andar. O apocalipse Zumbi havia começado.
Mortos retornaram a terra, hordas de zumbis ameaçam tanto a humanidade quanto as criaturas sobrenaturais. Agora nem os fortes, nem os inteligentes, sobreviverão, somente aqueles que tiverem a Sorte do seu lado.
E pela primeira vez em séculos vampiros e lobisomens se unem para lutar contra um inimigo comum.
O Jogo no Presente
“Sete dias se passaram, sete noites eu ajudei aquele lobisomem a se recuperar. Para minha surpresa ele era menos insuportável do que parecia.
Ele precisou de remédios para evitar que a radiação se espalha-se, eu os dei.
Ele me ofereceu sangue, que pesar de parecer repugnante, era extremamente forte, assim regenerei minhas queimaduras.
Sete dias de guerra, até que o pior acontecesse.
A principio achei que seria bom, a nuvem de fumaça cobria o sol, o que me permitiu sair de dia pela primeira vez nos meus anos de vampira.
A população de sobreviventes já não estava mais tão eufórica. Agora estavam deprimidos. Apenas buscavam unir-se uns aos outros para sobreviverem.
Nós sabíamos que algo ainda pior estava por vir, tudo aquilo apesar de parecer mundano, tinha um motivo sobrenatural por traz.
Logo as pessoas começaram a cair.
E no Sétimo dia a se levantar.
Eram zumbis.
Apesar do susto inicial e pela quantidade eles não me atacaram, mas o mesmo não aconteceria com o lobisomem que estava cuidando.
No primeiro dia eram poucos, no segundo dia viraram multidões, tínhamos que buscar um abrigo seguro, e sempre que me alimentava eu me tornava uma vítima e era alvo dos zumbis.
Logo comecei a me preocupar com os humanos, pois eles não existiriam mais, foi ai que nos juntamos pela primeira vez com sobrevivente humanos.
O fim tinha começado, e todos buscavam sobreviver a ele.”
Relatos de uma vampira sobrevivente.
Os jogadores poderão interpretar humanos normais, membros de ordens ocultistas, ou criaturas sobrenaturais. Aqui a palavra chave é sobrevivência.
Humanos vivem em um mundo de zumbis onde ainda poderão encontrar com vampiros e lobisomens, tanto os ameaçando ou os ajudando a sobreviver. Descobrir que as criaturas sobrenaturais estão no mesmo barco que o deles pode ser uma boa aventura.
Vampiros, apesar de imunes as infecções zumbis e livres para sair 24 horas por dia, ainda precisam de sangue, o que gerou uma necessidade de preservar os poucos humanos que existem, transformando alguns grupos em um banco de sangue vivo.
Lobisomens tentaram inicialmente se alimentar da carne zumbi, apenas para encontrarem um fim horrível, e até seu enorme poder em combate corpo a corpo se mostrou fraco contra hordas de zumbis. E no meio disso tudo havia os humanos, frágeis e indefesos, mas se utilizando de uma boa arma de fogo conseguiam matar um zumbi com um único e preciso tiro na cabeça.
Existem outras criaturas sobrenaturais, mas estas são em numero ainda mais reduzido do que lobisomens e vampiros, mas nada impede que um jogador jogue com uma delas.
O segundo ponto a preocupar os jogadores é O Fim, não há discordância de que o fim está perto, e interpretar os sinais em escrituras sagradas e descobrir a causa e lutar contra ela antes do fim pode ser a salvação da humanidade.
Em matérias futuras apresentarei novas possibilidades de campanha, e detalharei mais cada um desses aspectos: Vampiros, Lobisomens, Zumbis, Humanos, outras criaturas sobrenaturais e o segredo sobre O Fim.