Ultimamente ando bem sem inspiração, isso talvez por que ando bem sem tempo de dar a devida atenção no blog e o super mês de artigos deu uma boa esgotada nas idéias (e no fôlego). E pensando na velha pergunta “e agora?” lembrei que nunca tinha respondido as perguntas básicas sobre o RPG que é “O que é RPG?” e “Como você começou a jogar RPG?”. Então aproveito esse momento sem inspiração para responder essas duas perguntas, começando pela segunda:
Como você começou a jogar RPG?
Olá, para quem não me conhece me chamo Rodrigo Soares Semente, e tudo começou mais ou menos em 1993.
Nessa época tinha apenas 10 anos, e estava lendo muito quadrinhos, turma da mônica, disney e trapalhões. Também passava o desenho dos x-men de 1992 (o melhor até hoje), aquele com wolverine, jubileu, gambit, vampira, fera, ciclope, jean grey e tempestade (também tinha o morfo que era “morto” logo no inicio), e influenciado pelo desenho comecei a ler os X-Men.
Até ai o meu mundo nerd era praticamente TV e Quadrinhos, mas um grande feito estava por vir. Nessa época chegou as bancas (ainda lembro em qual loja comprei) uma revista dos trapalhões: “As Aventuras dos Trapalhões – Em busca do Ioiô Sagrado Nº2” com o Didiana Jones (paródia de Indiana Jones) que dizia na capa “Você decide o destino de Didiana Jones”. Comprei e lá explicava que a revista na verdade era um jogo chamado RPG (claro que depois descobri que não era exatamente RPG e sim aventuras solos), joguei e foi o inicio do hobby que mais pratiquei (ou mais quis praticar).

É claro que uma revistinha em quadrinho, com apenas de 52 páginas, não eram suficiente para satisfazer o meu desejo em controlar personagens. Lembrava que havia uma revista “As Aventuras dos Trapalhões – A ilha dos Dinossauros Nº1” mas nunca consegui acha-la para comprar. Nessa época Mário era praticamente a coisa mais moderna nos games, tinha alguns múltiplos caminhos, mas o finais eram praticamente os mesmos, e de fato era apenas ação, nada de decisões chaves como “lutar ou não lutar?”.
Felizmente o meu caminho iria cruzar novamente, e em propagandas nas revistas dos X-Men havia um tal RPG chamado “Hero Quest – Você é o Herói!”. Na capa do jogo havia um bárbaro com uma grande espada, e três outros heróis bem ao estilo Golden Axe, contracenando uma cena de ação memorável. Qual criança não ficaria maravilhado com tal pérola dos jogos?

Eu morava na famigerada cidade do sal e da liberdade, em Mossoró/RN, e como era interior nem sempre tudo chegava lá, mas dessa vez o destino foi gentil, e em uma loja de brinquedos, ao lado de War e banco Imobiliário, lá estava “Hero Quest”. É claro que não era fácil ganhar o jogo, ainda não era meu aniversário, mas o dia das crianças estava próximo, e quando esse dia estivesse mais perto já sabia qual era o meu presente.
Finalmente chegou o dia e consegui comprar o jogo, uma caixa grande, e dentro um grande tabuleiro, várias peças estranhas, alguns cartões, e um exército de miniaturas de papel. Junto com eles dois livros, um para os jogadores, e um para o Mestre!
Em pouco tempo li tudo e comecei a mestrar, eu era o Zargon, e meus vizinhos, primos e irmãos se incumbiam dos papeis de Bárbaro, Anão, Mago e Elfo. Fora as primeiras grandes aventuras de dungeons crawler que experimentei e ajudou a consolidar o gosto pelo hobby.
Com o passar dos tempos joguei (apesar de nunca possuir) Dungeons & Dragons, a caixa vermelha com um dragão vermelho na capa. Um amigo tinha um tal GURPS e me emprestou, aprendi a jogar lendo as simples duas paginas, parti para o final do livro jogar a aventura solo com o personagem Dai Blacktorne. Em Recife, onde passava as férias, tive contato mais detalhado com GURPS, aventuras fantásticas e Vampiro a Mascara.
Depois disso meus brinquedos de natal, aniversário e outras festas já não eram mais brinquedos, e sim Livros! Livros de RPG! Entre os quadrinhos uma nova revista era comprada todo mês, a Dragão Brasil, que comprei desdo Nº 3 (por achar que era uma nova revista e a “Dragon” Brasil era outra).
O RPG me ajudava com leituras mais elaboradas, do que aquelas com os quadrinhos, quando criava as fichas de personagens (principalmente GURPS Supers) aprendia matemática (naquela época a disciplina que me dava mais trabalho), aprendi a ter gosto por ficção científica, comecei a assistir Star Trek, me admirava com o poder mental da lógica Vulcana, a qual tentava imitar a risca.

Sete anos depois, com 17 anos, tentei quatro vestibulares de engenharia (três da computação e um de mecatrônica) e um de ciência da computação. Passei na primeira fase dentro das vagas dos quatro de engenharia, no final passei em dois de engenharia da computação.
Hoje sou estou terminando uma Especialização e Mestrado, tento seguir a carreira acadêmica, e ainda jogo RPG (além de tentar criar os próximos).
E Você?
e Você, caro leitor, como começastes a jogar RPG? (Responda nos comentários com texto ou link para o depoimento em seu site)